A IDADE JÁ NÃO É UM POSTO
REFORMULAÇÃO TÉCNICO-METODOLÓGICA DO INDIVÍDUO.
A aparente erudição da expressão encerra em si a simplicidade de uma noção e de uma necessidade incontornável na vida de qualquer profissional: a constante renovação e expansão do seu conjunto de competências. Há muito que se aceita que, à medida que os anos passam por nós, o desafio de encontrar um espaço no mercado de trabalho se vai tornando progressivamente maior, deixando cair um pano de dúvida mesmo sobre os mais excepcionais talentos. Mas porque é que as empresas continuam a ignorar carreiras extraordinárias, preterindo a estabilidade emocional e o saber fazer que os anos no terreno forjaram? Se as provas não se esfumam e se o indivíduo continua competente, porquê é que o mercado se fecha para ele?
As evidências dizem-nos que a valorização da experiência, de facto, acontece. Contudo, com o aproximar da meia-idade, o mundo empresarial tende a desvalorizar as provas dadas em função da promessa de uma nova abordagem. A idade não subtrai competência, é claro, mas contribui para a projeção de uma imagem diferente perante os outros: o novo fascina, seduz, reflete esperança; um símbolo fosco da velha-guarda não faz o mesmo.